O Corpo não Mente - Resenha crítica - Joe Navarro
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O Corpo não Mente - resenha crítica

O Corpo não Mente Resenha crítica Inicie seu teste gratuito

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Louder Than Words

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9789895559282

Editora: ESTRELA POLAR

Resenha crítica

O verdadeiro âmbito das comunicações não-verbais

A comunicação não-verbal inclui muito mais do que estereótipos do tipo “braços cruzados indicam tensão; olhar à esquerda indica que a pessoa está mentindo etc.”. Tais exemplos, além de incorretos, refletem uma visão bastante limitada do escopo das comunicações que prescindem de palavras.

Em todos os aspectos de nossas vidas, desde os tenros anos da infância até a idade do primeiro namoro, passando pelo mundo do trabalho, temos sido bombardeados por emblemas, imagens, atos, símbolos e comportamentos transmissores de pensamentos, ideias, emoções e mensagens de modo não-verbal.

Essas táticas são empregadas para atrair atenção sobre nós mesmos, a fim de realçar nossos sentimentos, elevar o impacto de nossas falas ou, também, expressar tudo o que as palavras não podem.

O mais curioso é que, até mesmo as comunicações verbais têm componentes não verbais: a duração, o volume, a cadência, as maneiras e o tom dos discursos são tão relevantes como aquilo que está sendo dito, bem como os silêncios e as pausas não-verbais.

Nos negócios, os espaços onde se realizam discursos ou reuniões, os apelos visuais dos prédios – suas iluminações, ornamentos, artes decorativas e as características arquitetônicas – integram processos de comunicações não-verbais.

As cores contribuem, também, para isso, tal como as peculiaridades aparentemente sem maior significação, como a posição dos seguranças (sentados ou de pé) e a localização de recepcionistas e secretárias. Todos esses elementos (mas não só eles) comunicam algo ao público.

Desde um ponto de vista pessoal, sabemos que nossas expressões faciais, movimentos e roupas transmitem mensagens a nosso respeito. Porém, nós enviamos sinais não que não são verbais em razão do modo como nos arranjamos. Isso envolve, por exemplo, a existência (ou não) de tatuagens, piercings e onde nos posicionamos, nos inclinamos e nos sentamos.

Tudo isso determina como somos vistos e o que transmitimos aos outros em relação às nossas intenções, pensamentos e sentimentos. Detalhes tão simples, como o fato de trazermos uma pasta em vez de uma mochila, pode dizer muitas coisas, do mesmo modo que nossos currículos tendem a revelar algo sobre nós.

As cores escolhidas para apresentações de Power Point; a aparência e a celeridade de nossas páginas na internet, os códigos de indumentárias (oficiosos ou oficiais) da empresa; a utilização de alfinete em uma lapela; a aparência de sua mesa de trabalho; o horário que chega diariamente – todas essas comunicações não-verbais estão, constantemente, “falando” a respeito de sua empresa e de você.

As qualidades intangíveis, como a sua gestão, presença, humildade, preparação e atitude são, também, aspectos não-verbais que devem ser considerados. Afinal, eles têm um profundo impacto, sobretudo, para quem ocupa cargos de liderança. Para ver se dominam a comunicação não-verbal, basta olhar aos líderes políticos e industriais.

Ao elogiarmos a sua cisão, empatia, carisma e confiança, estamos, muitas vezes, nos referindo aos aspectos centrais de qualidades não-verbais. Nossos melhores negócios também refletem essas qualidades: quando falamos de marcas, imagem, complexidade, receptividade, capacidade de resposta, cativação e influência, estamos, na realidade, fazendo referências a qualidades e aspectos não-verbais.

As comunicações não verbais do discurso

O modo como pensamos pode, também, alterar a forma pela qual somos vistos e a eficácia de nossas comunicações. Você pode não ter pensado, ainda, em como é possível que as palavras faladas estejam tão intrinsecamente relacionadas às comunicações não-verbais, mas, com efeito, há uma correlação bastante clara.

Isso não tem tanto a ver com o que dizemos, mas, sim, como o dizemos. Os discursos não são compostos apenas por palavras, mas também por certas características paralinguísticas.

Uma pessoa que fala rápido ou alto demais transmite impressões negativas, não pelo que está dizendo, mas pelo modo como fala. De outro lado, apreciamos instintivamente as qualidades tranquilizadoras dos indivíduos que falam com atenção e intenção, mas nos impacientamos com aqueles que falam muito devagar.

Esses são apenas uns poucos exemplos da comunicação não-verbal expostos pelo autor ao longo de toda a obra, havendo diversos outros aspectos comunicacionais que transcendem as palavras e podem potencializar ou melhorar as nossas comunicações.

As comunicações não-verbais da escrita

Há 2 fatores imprescindíveis para entender o seu público: a empatia e a escuta ativa. O caractere chinês correspondente ao verbo escutar é, de fato, muito complexo: ele contém os caracteres para “atenção não dividida”, “coração”, “olhos” e “orelha”. A partir dessa reflexão, Navarro sustenta que há uma enorme diferença entre escutar e ouvir empaticamente.

Para simplificar, pense em uma pessoa que se sinta confiante o suficiente para “se abrir”. Ela, provavelmente, é uma ouvinte bastante empática. Os estudos científicos esclarecem que os médicos possuem menores chances de sofrerem processos quando demonstram escutas empáticas e ações sustentadoras desse princípio (por exemplo, o toque).

Corretores da Bolsa de Valores que dominam a arte de ouvir empaticamente os seus clientes apresentam menores probabilidades de serem reprimidos quando um determinado investimento fracassa ou os preços, antes ascendentes, passam a cair no mercado de ações.

Os gestores capazes de ouvir com empatia os seus funcionários que apresentam problemas profissionais ou pessoais, podem aumentar os níveis de lealdade de toda a equipe, apenas escutando os colaboradores, mesmo que não possam fazer nada para, em termos práticos, ajudar a resolver as situações em questão.

O poder do seu comportamento

Ninguém poderá lhe convencer de adotar uma ótima atitude ou forçar-lhe a dar sorrisos verdadeiros. A sua atitude é algo que diz respeito, única e exclusivamente, a você mesmo. Tudo o que nosso autor sugere é: caso queira ser bem-sucedido, tenha uma ótima atitude. 

Lembre-se, portanto, que todos conhecemos pessoas pessimistas e chefes com atitudes tóxicas. Você, certamente, não deseja ser uma pessoa assim. Afinal, todos desejam se afastar desses indivíduos – uma decisão inteligente e legítima.

Para Navarro, ter uma ótima atitude pode derrubar barreiras e abrir portas, sendo mais valiosa do que possuir uma inteligência acima da média. Segundo ele, é a atitude que faz com o que temos de melhor se sobressaia, atraindo boas amizades e fazendo com que todos confiem em nós e desejem estar conosco.

Tenha em mente que boas atitudes podem ser mais difíceis de cultivar em momentos de estresse. Por essa razão, elas devem ser a sua salvaguarda, mesmo em seus momentos de convalescência. Caso sinta que está carente nessa área, procure descobrir um modelo, ainda que à distância, e tente imitá-lo.

Quando alguém diz: “Aquela pessoa tem uma atitude medonha”, você pode ter certeza de que o mais importante na percepção não é tanto o que vem sendo dito, mas, antes, como as coisas são ditas, feitas ou deixadas de serem realizadas.

Reflita: o que sua comunicação não-verbal diz acerca de sua atitude? Sejam quais foram as suas características específicas, elas podem (e devem) ser constantemente aprimoradas.

O poder da sua aparência

Você tem de selecionar, diariamente, o modo como se vestirá tanto para si mesmo quanto para as outras pessoas com as quais convive. Elas lhe avaliarão segundo a sua aparência. Isso, nem sempre, será feito para realizar julgamentos (embora muitos o façam), mas para detectar o que você está projetando acerca de quem realmente é.

A partir das observações que fizerem, elas terão conclusões a respeito de seu status, grau de educação, nível econômico, sofisticação, fiabilidade, origem e, inclusive, até que ponto você pode ser considerado convencional ou inconvencional. Portanto, a imagem, principalmente a não-verbal, conversa diariamente conosco.

Não se esqueça de que suas roupas comunicam a sua situação de vida e os seus valores: se está namorando, se o seu orçamento é limitado, se você se preocupa em respeitar determinadas convenções sociais ou se está ciente dos elementos que podem (ou não) gerar admiração em si.

Apelo visual

Se você pensar sobre esse tema, dando a devida atenção aos detalhes da aparência e aos detalhes de sua organização, perceberá que eles não diferem dos comportamentos de alinhamento pessoal recomendados pelo autor.

Estamos comunicando nosso respeito pelas pessoas ao assegurarmos transmitir uma boa aparência para elas. Dessa forma, mudanças pequenas, supostamente “cosméticas”, podem ficar profundamente registradas na mente de terceiros. Logo, fique atento à cosmética, isto é, aos aspectos, sensações e sons produzidos pelo seu negócio.

O próprio autor pergunta aos seus clientes: “O que a sua empresa diz sobre si mesma? Será que transmite mensagens de que é limpa, zelosa e organizada?” ou “Qual é a importância que você confere aos elementos aparentes? Ou será que tudo isso é a última coisa com a qual se importa?”.

Esses questionamentos se justificam, pois, com certeza, esses elementos não ocupam o “último lugar” na mente de seus clientes; na realidade, é um dos primeiros aspectos a serem considerados por quem quer que visite o seu escritório ou local de trabalho.

Notas finais

A estética da inteligência não-verbal reside no fato de que a beleza é um grande equalizador. Conhecê-la significa adquirir mais poder. Na prática, você não precisa ter diversas habilitações acadêmicas ou ser rico para a empregar.

A inteligência não-verbal, felizmente, está igualmente disponível a todos, à medida que emprega uma linguagem que todos podem compreender – uma linguagem que, se bem trabalhada, lhe diferenciará dos outros e, principalmente, dos seus concorrentes.

De certa forma, a inteligência não-verbal pode ser comparada aos chamados “bons modos”: compreendê-los bem não assegura, automaticamente, o sucesso individual ou empresarial, mas compreendê-los mal é altamente prejudicial para você e para as suas iniciativas.

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Quem escreveu o livro?

Joe Navarro é um autor americano, orador público e ex-agente e supervisor do Bureau Federal de Investigação (FBI). Navarro é especialista na área de comunicação não verbal e linguagem corporal e foi autoria de inúmeros livros, incluindo What Every Body is Saying, Dangerous Personalities e Louder than Words. Em 2009, a Navarro fez parceria com Nightingale-Conant, o... (Leia mais)

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